segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Olivier Messiaen em Braga

Ouvir música de Olivier Messiaen, afirma o professor catedrático de Composição e Música Electrónica na Universidade de Aveiro, João Pedro Oliveira, “é ouvir música sobre os anjos, o Paraíso, Deus, a Ressurreição dos mortos, a Transfiguração, o Apocalipse, e muitos outros dogmas e mistérios da fé cristã. Talvez em toda a História da Música não tenha havido outro compositor que tenha comunicado de forma tão enfática as suas convicções espirituais”.
Em Dezembro, no mês em que Olivier Messiaen nasceu há cem anos, no Auditório Vita, em Braga, presta-se uma homenagem ao singular compositor do séc. XX, que realizou em Portugal a estreia mundial de uma das suas obras, A Transfiguração de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Concertos
Integral das obras para Música de Câmara para instrumentos acústicos

Primeiro concerto
Dia 10, às 21.30 horas.
I Parte
Merle noir, para flauta e piano (1951) (c. 6’)
Fantasie, para violino e piano (1933) (c. 15’)
II Parte
Visions de l’Amén, para dois pianos (1943) (45’-50’)
I. Amen de la Création
II. Amen des étoiles, de la planète à l’anneau
III. Amen de l’Agonie de Jesús
IV. Amen du Désir
V. Amen des Anges, des Saints, du chant des oiseaux
VI. Amen du Jugement
VII Amen de la Consommation


Segundo concerto
Dia 13, às 21.30 horas.
I Parte
Theme et variations, para violino e piano (1932) (c. 10’)
Pièce pour piano et quatuor à cordes (c 4’)

II Parte
Quatuor pour la fin du temps, para violino, clarinete em si bemol, violoncelo e piano (45’-50’)

António Saiote, clarinete
Gerardo Ribeiro, violino
Marta Zabaleta, piano
Miguel Borges Coelho, piano
Nuno Inácio, flauta
Paulo Gaio Lima, violoncelo

Quarteto de Cordas de Matosinhos:
Vitor Vieira, I violino
Juan Maggiorani, II violino
Jorge Alves, viola
Marco Pereira, violoncelo



Colóquio
“Vivemos tempos sombrios”
Dia 11, às 21.30 horas.

Colóquio“Vivemos tempos sombrios”Dia 11, às 21.30 horas. “Vivemos tempos sombrios”, diz um verso de Bertolt Brecht. Foi em tempos sombrios que Olivier Messiaen viveu uma parte da sua vida, nos anos em que, prisioneiro num campo de concentração nazi, compôs o Quarteto para o Fim dos Tempos. Sobre esses “tempos sombrios” e sobre as mulheres e os homens que os testemunharam, realizar-se-á um colóquio com: João Pedro Oliveira, compositor e professor catedrático de Composição e Música Electrónica na Universidade de Aveiro; Teresa Martinho Toldy, teóloga; José Tolentino de Mendonça, director da colecção Teofanias, no âmbito da qual se publicaram obras de Simone Weil, Dietrich Bonhoeffer e Etty Hillesum, que testemunharam esses “tempos sombrios”; e João Duque, teólogo [moderador]



Filme
Le Charme des impossibilités [O Charme das impossibilidades]
Dia 12, às 21.30 horas.

O filme, que é exibido pela primeira vez em Portugal, conta a história da génese de uma obra musical, o Quarteto para o Fim dos Tempos, que foi composta e interpretada pela primeira vez, durante a Segunda Guerra Mundial, num campo de prisioneiros de guerra. Um compositor, três intérpretes com instrumentos em muito mau estado vão desafiar a detenção, a guerra, o frio, a fome, o tempo e tentar o impossível.
Nicolás Buenaventura Vidal é o realizador deste filme de 2006 em que participam o pianista François-René Duchâble, o clarinetista Paul Meyer, o violinista Régis Pasquier e o violoncelista Roland Pidoux.
[O filme tem 80 minutos e é exibido na versão original, com legendas em inglês]

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