sexta-feira, 15 de maio de 2015

Sete dias para sete bahá'ís presos há sete anos no Irão



A Comunidade Bahá’í Internacional lançou nesta quinta-feira, dia 14, uma campanha internacional com o título Sete dias a recordar os sete líderes bahá’ís presos no Irão há sete anos, destinada a assinalar o sétimo aniversário da detenção e prisão de sete líderes iranianos da fé bahá’í.
Até dia 20, os bahá’ís de todo o mundo – incluindo a Comunidade Bahá’í de Portugal – pretendem deste modo sensibilizar para a prisão injusta dos sete líderes da comunidade iraniana. Em cada dia, é recordado especialmente um deles: Mahvash Sabet, Fariba Kamalabadi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid Rezaie, Behrouz Tavakkoli e Vahid Tizfahm.
Membros de um grupo dissolvido pelas autoridades, conhecido como Yârân-e-Irão, ou Amigos do Irão, os sete crentes – recorda um comunicado da comunidade portuguesa – “permanecem presos, em condições duríssimas, em duas das prisões mais sinistras do Irão”.
O grupo, de acordo com a mesma fonte, actuava com o conhecimento explícito do Governo e dedicava-se a atender as necessidades espirituais e sociais dos 300 mil membros da Comunidade Bahá'í no país.
A detenção dos sete líderes ocorreu na madrugada de 14 de Maio de 2008. Seis deles foram presos durante várias operações policiais em Teerão. Mahvash Sabet teria sido detida dois meses antes, a 5 de Março.
O comunicado da Comunidade Baha’í de Portugal recorda a semelhança destas prisões com os acontecimentos de há 25 anos, quando os líderes bahá’ís iranianos foram “detidos, levados e executados” sem qualquer acusação ou julgamento. Há 25 anos, o acontecimento suscitou uma viva repulsa na comunidade internacional e entre as organizações de defesa de direitos humanos. Com estes sete líderes, tal como em 1990, não houve notícias do destino nem do paradeiro de qualquer um dos sete, nem de eventuais acusações que existiriam contra eles.
A Comunidade Bahá’í de Portugal acusa as autoridades iranianas de ter cometido várias violações do direito internacional, quer na detenção quer no julgamento, além de ter imposto uma “pena absurda” na sentença – ou seja, vinte anos de prisão.
O comunicado recorda ainda que Shirin Ebadi, fundadora do Centro de Defensores dos Direitos Humanos e Prémio Nobel da Paz, participou nas fases iniciais da defesa dos sete bahá'ís, mas estava fora do país na altura do julgamento. A 8 de Agosto de 2010, a activista de direitos humanos disse à BBC que estava “chocada” com a sentença. E acrescentou, no programa de língua persa da televisão britânica: “Eu li a página os documentos do caso, página a página, e não encontrei nada que provasse as alegações ou qualquer outro documento que possa provar as alegações da acusação.”

(aqui pode ler-se, em inglês, mais informação sobre o caso, bem como as biografias de cada um dos sete líderes bahá’ís presos e o dia em que cada um deles é recordado)

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