sábado, 18 de julho de 2015

Pedofilia na Igreja e acusações: é preciso bom senso

Na última quinta-feira, a diocese de Coimbra publicou um comunicado no seu site, pedindo a quem tenha informações sobre casos concretos de abusos de menores por membros do clero que denuncie essas situações aos responsáveis diocesanos.
O caso foi contado pelo DNque adianta que a Polícia Judiciária iniciou entretanto uma investigação, uma vez que se trata de um crime público (na notícia, quando se refere o caso do Fundão, deve corrigir-se que não é da diocese de Coimbra, mas da Guarda).
No ionline conta-se também a história, referindo mais pormenores, a partir das acusações do blogue que esteve na origem deste casoEsse blogue aponta nomes concretos, mas um dos visados admitiu já processar o(s) autor(es) de tal informação, por difamação.
O comunicado foi publicado na página da diocese de Coimbra na internet e pode ser lido aqui.
Nesse documento, de Abril de 2012, o episcopado estabelece que as instituições da Igreja – nomeadamente as dioceses – devem prestar toda a colaboração às entidades competentes, às vítimas e suas famílias e que cada bispo deve também desencadear um processo canónico, quando haja matéria para tal.
Se eventualmente há algum fundamento nas acusações feitas no blogue, e porque haverá várias dioceses envolvidas, a primeira atitude deveria ter sido que os diferentes bispos se pusessem de acordo sobre eventuais procedimentos. Em seguida, o caso deveria ter sido entregue às autoridades. Por isso, publiquei este sábado no Diário de Notícias um pequeno comentário sobre o tema, defendendo que o caso deveria ter sido gerido de outra maneira - o comunicado não tem consequência concreta a não ser a de pedir que sejam comunicadas informações a quem as tenha e levantar mais suspeitas. Sob o título Bom senso, o texto pode ser lido aqui.

1 comentário:

Augusto Küttner de Magalhães disse...

Bom senso, é preciso, neste mas também em muitas mais situações. Algo que anda totalmente desaparecido!