terça-feira, 17 de novembro de 2015

A coisa boa que é a esperança, a reforma e os apelos do Papa, Jesus e o Vaticano

Crónicas

No seu comentário aos textos da liturgia católica de domingo passado, Vítor Gonçalves escrevia, que A esperança é uma coisa boa:

Passarão o sol e a lua, a terra e os astros, mas a esperança que nos anima tem o rosto glorioso e feliz do Filho do Homem. Por isso, nada do que é belo se perderá, nada do que é bom será esquecido, nada do que é verdadeiro será apagado. A esperança vence o medo e abre-nos à surpresa, convoca o melhor que há em cada pessoa e situação, ilumina o que antes era escuro. Se acreditamos que é “uma coisa boa” o que falta para a abraçarmos mais?


Domingo, no Público, frei Bento Domingues falava dos últimos episódios no Vaticano e da reforma que o Papa se propõe continuar. Com o título Servir e não servir-se, escrevia:

Hubert Wolf, ao falar na Igreja-Reforma da cabeça e dos membros, chama a atenção para o seguinte: “um Papa que aplica em si mesmo o projecto de oposição à rica e faustosa Igreja papal – isso tem uma potência explosiva. Francisco precisará de aliados influentes para impor as suas reformas, de modo a que não lhe aconteça o mesmo que ao seu antecessor Adriano VI: este Papa nascido em Utrecht ficou marginalizado em Roma. O seu estilo de vida simples, que abdicou de toda a pompa da autoencenação papal, a sua austeridade e a sua humilde piedade foram rejeitados pela Roma renascentista. As suas ideias radicais de reforma ameaçaram a alteração do estilo de vida de cardeais e prelados que se viam mais como príncipes do Renascimento do que como homens da Igreja. Assim, não tardou muito até que as Eminências lamentassem, num momento de fraqueza e impulso religioso, ter elegido um reformador e começassem a torpedear todas as suas iniciativas. 


Sábado, no DN, Anselmo Borges escrevia sobre Jesus e o Vaticano, tocando as mesmas questões:

Esta reforma não apela apenas à conversão pessoal. Ela tem de ser estrutural: exige instâncias de controlo do poder, divisão de poderes. É preciso avançar sinodalmente, isto é, caminhar juntos: o povo todo de Deus, que a hierarquia deve servir.


Fernando Calado Rodrigues escrevia, no CM, ainda sobre o mesmo protagonista, mas na perspectiva d’O apelo do Papa, feito na viagem a Florença:

No início desta semana o Papa esteve presente em Florença no 5.º Congresso Nacional da Igreja Católica na Itália. Num discurso que dirigiu aos 2500 participantes desafiou-os a refletir, nos próximos anos, a “Evangelii Gaudium”. (...) Perante este apelo do Papa, Andrea Tornielli, no sítio “Vatican Insider”, conclui: “Se o Pontífice convida a retomar aquele texto evidentemente ele pressupõe que a Igreja italiana não o tenha feito ou não o tenha feito suficientemente”.
E a Igreja portuguesa, fê-lo?

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