sábado, 9 de janeiro de 2016

Histórias e mitos sobre os presépios, e canções portuguesas de Natal


Presépio da Madre de Deus, séc. XVIII. Museu Nacional do Azulejo, Lisboa 
(foto reproduzida daqui)

A geografia, por exemplo: os presépios do século XVIII, em Lisboa, são sobretudo montados em anfiteatro, recriando a orografia da própria cidade; os do Norte aprofunda essa lógica, ainda mais abruptos e escarpados; já os de Aveiro são mais planos. Ou a posição das mãos da Virgem: se estão em adoração, remetem para a imagem do Menino como Filho de Deus; se estão cruzadas sobre o peito, falam do filho do homem e da mãe que contempla o seu filho; se levanta um tecido e expõe o menino, trata-se da rainha que mostra o seu herdeiro.
Estes são alguns dos pormenores sobre o presépio tradicional português explicados no programa Encontros sobre o Património, da TSF, dedicado precisamente a esse tema, na emissão de hoje, ao terminar a semana de Reis.
No programa, fala-se também dos primeiros presépios, montados em argila, no século XIII, sob a inspiração de Francisco de Assis; do modo como o presépio foi sendo apropriado por conventos, nobres e povo; da introdução da árvore de Natal por D. Fernando II e da crítica que Ramalho Ortigão faz a essa novidade; ou dos grandes presepistas portugueses, como António Ferreira ou Joaquim José de Barros (Barros Laborão), e também Joaquim Machado de Castro – que, como também se ouvirá, não fez tanto como se imagina.
São convidados do programa Alexandre Pais, Anísio Franco, Maria João Vilhena e o padre franciscano Joaquim Carreira das Neves. O programa pode ser escutado aqui.


No dia de Natal, Manuel Vilas Boas conversou com o compositor João Madureira, sobre o disco Canções de Natal Portuguesas.
As oito canções, executadas por 38 vozes infantis do conservatório de Carnide, em Lisboa, sob a batuta de Joana Carneiro, recuperam e recriam tradições populares, em versões de vários compositores. O programa e as músicas podem ser ouvidas aqui.

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