quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

René Girard, misericórdia e sobriedade

Crónica


René Girard (foto reproduzida daqui, onde se pode ler um obituário)

Na Voz da Verdade, Guilherme d’Oliveira Martins escreveu um artigo sobre o Ano da Misericórdia, onde referia também René Girard, que morreu no início de Novembro e que marcou o olhar antropológico sobre o facto religioso. Sob o título Misericórdia e sobriedade, escrevia:

Morreu no início de novembro o filósofo René Girard (1923-2015). Disse-nos que «as nossas sociedades não se definem apenas pelo que integram, mas também pelo que excluem». Daí a necessidade de tomar consciência da violência arcaica que ainda persiste em nós… Ao contrário daqueles que referem a Paixão de Cristo como um mito, René Girard afirma a singularidade e a essencialidade da revelação cristã. Esta não só rompe a lógica negativa da «violência mimética», mas também revela o substrato de toda a cultura humana – e assim o sacrifício apazigua as massas e tem uma função unificadora da sociedade. É difícil de compreender o mistério da morte de um inocente, Jesus Cristo, cujo sacrifício supremo permite abrir as portas da reconciliação e do reconhecimento da dignidade humana. Deixa de haver um bode expiatório culpado, que concentra em si a culpa e o pecado, para existir realização suprema do amor. No fundo, a misericórdia tem a ver com essa concretização do mandamento novo.
(texto na íntegra aqui)


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